ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ESPECIAL DA SEXTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 11.11.1988.

 


Aos onze dias do mês de novembro do ano de mil novecentos e oitenta e oito reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Primeira Sessão Especial da Sexta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura, destinada a homenagear os noventa anos da Sociedade Polônia e os setenta anos do Estado Polonês. Às dez horas e vinte e nove minutos, constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e convidou os Líderes de Bancada a conduzirem ao Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Ver. Brochado da Rocha, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Exmo. Sr.Stanislaw Pawliszewski, Embaixador da República Popular da Polônia; Exmo. Sr. Miecyslaw Klimas, Cônsul-Geral da República Popular da Polônia em Curitiba; Ilmo. Sr. João Rembowski, Presidente da Sociedade Polônia de Porto Alegre; Ilmo. Sr. Jairo Souza, Diretor de Relações Consulares do Governo do Estado; Sr. Mariano Hossa, Presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade Polônia; Sr. Wladislaw Zurawski, Presidente do Conselho Consultivo da Sociedade Polônia; Ver. Lauro Hagemann, Secretário “ad hoc”. A seguir, o Sr. Presidente convidou os presentes a ouvirem, de pé, os hinos da Polônia e do Brasil. Após, o Sr. Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Ver. Antonio Hohlfeldt, em nome da Bancada do PT, discorreu sobre a importância dos grupos de imigrantes que vieram para o Brasil, relembrando o significado histórico e cultural da nação polonesa dentro do contexto europeu e analisando os motivos que levaram os poloneses a saírem de sua pátria. O Ver. Jaques Machado, em nome da Bancada do PDT, comentou o muito que nossa Cidade e em especial o 4º Distrito, tem a agradecer à comunidade polonesa aqui existente, destacando sua satisfação por participar da presente homenagem. O Ver. Lauro Hagemann, em nome da Bancada do PCB, analisou a contribuição dada pela comunidade polonesa à história, à cultura e à tecnologia da sociedade internacional, augurando à comunidade hoje homenageada os melhores votos de progresso e bem comum. O Ver. Jorge Goularte, como proponente e em nome das Bancadas do PL, PFL e do PMDB, teceu comentários acerca dos motivos que o levaram a propor a presente Sessão, como o reconhecimento da Cidade de Porto Alegre à colaboração do povo polonês ao nosso desenvolvimento. Em continuidade, o Sr. Presidente convidou o Ver. Jorge Goularte a proceder à entrega do Troféu “Frade de Pedra” aos Senhores Stanislaw Pawliszewski e João Rembowski, e convidou a Sra. Maria Jacubowisky Goularte e o Grupo Folclórico da Sociedade Polônia a procederem à entrega de flores, respectivamente, para a Sra. Helena Krolikowiski, representando, neste ato, a Embaixatriz da República da Polônia, e para a Sra. Maria Jacubowisky Goularte. Após, o Sr. Presidente concedeu a palavra aos Senhores João Rembowski e Stanislaw Pawliszewski, que agradeceram a homenagem prestada pela Casa. Ainda, o Sr. Embaixador da República Popular da Polônia entregou um livro ao Ver. Jorge Goularte, como lembrança e agradecimento de seu país a S.Exa. Em prosseguimento, o Sr. Presidente fez pronunciamento alusivo à solenidade, convidou as autoridades e personalidades presentes a passarem à Sala da Presidência e, nada mais havendo a tratar, levantou os trabalhos às onze horas e quarenta e três minutos, convidando os Senhores Vereadores para a Sessão Solene a ser realizada às quinze horas. Os trabalhos foram presididos pelo Ver. Brochado da Rocha e secretariados pelo Ver. Lauro Hagemann. Do que eu, Lauro Hagemann, 3º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e 1ª Secretária.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE: Dou por abertos os trabalhos da presente Sessão Especial em que se homenageia os noventa anos da Sociedade Polônia, de Porto Alegre, e os sessenta anos do Estado Polonês.

Convido os presentes para, em pé, ouvirmos os hinos nacionais do Brasil e da Polônia.

 

(São entoados os hinos nacionais do Brasil e da Polônia.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Câmara Municipal saúda, cumprimenta as autoridades presentes, as senhoras, os senhores, neste momento. A seguir, se fará ouvir neste ato especial, requerido pelo Ver. Jorge Goularte, através das Lideranças e dos Partidos da Casa. Para tal convido a falar o Ver. Antonio Hohlfeldt, que o fará em nome do PT.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: (Menciona os componentes da Mesa.) Queria saudar, em especial, a Sra. Maria Goularte, aqui, presente, e o Sr. Jorge Goularte, pela iniciativa desta proposição; aos Srs. Vereadores, minhas senhoras, meus senhores. Talvez até por um equívoco, na ocasião, em 1974, quando o Estado do Rio Grande do Sul e através dele, o Brasil, fez as homenagens especiais àquelas levas de migrações, que haviam se fixado no Rio Grande do Sul, se deu um destaque imenso à imigração germânica e italiana, não se incluindo com a mesma ênfase outras imigrações, entre as quais a polonesa. Na verdade, o tempo e a iniciativa de intelectuais, escritores, artistas, da própria Colônia Polonesa em Porto Alegre corrigiu este lapso. De lá para cá, sem dúvida nenhuma várias obras foram publicadas levantando, divulgando, abordando aspectos da presença polonesa no Rio Grande do Sul e conseqüentemente no Brasil.

Por outro lado, é importante para alguém, como eu, que sou descendente de imigrantes, embora de terceira geração de imigrantes alemães, que integrando um partido intimamente ligado, não apenas às lutas dos trabalhadores, mas também às lutas pelas independências nacionais, nós possamos hoje participar desta Sessão, pois se há uma coisa que caracteriza, sem sombra de dúvida, a história da Polônia, é a luta permanente pela manutenção e guarda da sua própria identidade, através de dois elementos básicos, a religião e o idioma, de tal maneira que mantém a Nação-Mãe permanentes laços com as colônias que vão se fundando, gradualmente, em outras nações, em outros países com os imigrantes poloneses.

Portanto, é neste sentido, que me permito, menos aos Senhores e que certamente conhecem esta história, esta realidade, muito melhor do que eu, mas me permito relembrar, sobretudo para os Anais desta Casa, e para aqueles outros que nos visitam e que não estão mais vinculados à Colônia Polonesa, a importância histórica que esta Nação, que este território teve na própria história européia, um território que, de uma certa maneira, pode ser considerado um paraíso na Europa, sobretudo pelo seu clima, pela composição de planícies, de montanhas, de lagos que permitem uma produção agrícola anual, quase que permanente, enquanto que outras nações enfrentam outros problemas, dependendo das temperaturas das estações.

Lembro-me, aliás, no romance “O Tambor” de Günter Grass exatamente a menção a um desses desafios permanentes da Polônia, um País quase que permanentemente devastado, de um lado a outro, atravessado por tropas de ocupação, mas que manteve constante a sua resistência. E se pode lembrar episódios históricos, como de um camponês que, proibido de construir casa pela dominação germânica, no século passado, transformou a sua carroça na própria casa, e por ela vagava ao longo de todo o país, sendo logo imitado por outros companheiros seus, que mobilizaria toda a opinião pública européia no final do século passado.

Dentro deste contexto de uma dominação que se estabelece especialmente a partir de 1795, praticamente uma dizimação política do Estado Polonês em face da Europa, nas tentativas não alcançadas nos levantes de 1830 e 1863, em que se dá todo um processo de saída de poloneses de sua Pátria. Intelectuais e pessoas de maiores posses, indo para outras nações européias, especialmente a França. Proletários, camponeses e trabalhadores, vendo-se obrigados à imigração para terra, as mais diferentes possíveis, fosse os Estados Unidos da América, Canadá, ou mesmo o Brasil, para onde levas muito especiais começam a chegar em 1875, data inclusive que se considera como a data oficial do início da imigração polonesa no Rio Grande do Sul e que atingiria, em 1890, cerca de mais de vinte mil poloneses chegados ao Rio Grande do Sul, 95% dos quais sempre de agricultores que haveriam de se estabelecer naquilo que hoje nós conhecemos na História do Rio Grande, através do livro do Sr. João Ladislau Wonsowski, “Nos Peraus do Rio das Antas”. É, sem dúvida, nenhuma, a Polônia que hoje está multiplicada, representada e reapresentada aos brasileiros e gaúchos, através da Sociedade Polônia.

A Polônia, historicamente, tem sido um país ligado às artes, às letras e às ciências. Bastaria lembrarmos aqui compositores como Frederico Chopin; concertistas como Wanda Landowska, grande pianista, e também Igancy Paderewski e Artur Rubinstein; escritores como Henryk Sienkiewicz, autor do romance “Quo Vadis?”; Joseph Conrad, grande escritor tradicionalmente conhecido como inglês, mas é polonês; o antropólogo Bronislaw Malinowski; a cientista Madame Curie, que é Curie por parte do marido; o astrônomo Nicolau Copérnico, e tantos outros.

De minha geração, especialmente, gostaria de citar que crescemos em Porto Alegre com o Clube de Cinema, fazendo os famosos festivais do cinema polonês e aprendia a admirar e respeitar o cinema polonês contemporâneo com tantos nomes. Em várias ocasiões, e me lembro de uma em que eventualmente dirigia eu o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, chegamos a trazer uma Exposição de Arte da Polônia com catálogos de música polonesa e, também, da arquiteta polonesa. Aliás, este é outro aspecto em que a Polônia se destaca, não de hoje, mas de muito tempo, haja visto que Varsóvia é sempre uma cidade a ser visitada permanentemente pelos turistas na Europa.

Este país que tem cerca de 312 mil quilômetros quadrados e, hoje, aproximadamente 39 milhões de habitantes, portanto um pouco maior do que o Rio Grande do Sul nos seus 282 mil quilômetros quadrados, enviou uma contribuição imensa ao Rio Grande do Sul. E eu confesso aos senhores que, escalado pelo meu companheiro Jorge Goularte, quase intimado e com muito gosto, a falar nesta Sessão, eu me lembrava das minhas aulas na Faculdade de Comunicação da UNISINOS, de Cultura Brasileira, em que sempre incluí a imigração polonesa como um tema específico de pesquisa dos meus alunos. Cada vez que se pega o carro, quando se viaja através de Veranópolis, se viaja através de Nova Prata, se viaja, portanto, em direção a Passo Fundo, por esta estrada interna, nós logo vislumbramos a diferença de uma casa italiana e de uma casa polonesa, até mesmo pelo formato dos seus telhados e pela maneira como se comporta o terreno adjacente a esta casa, para não falarmos de tantas outras contribuições.

Em 1877, a menção equivocada de imigrantes russos em Santa Maria, que não passava de imigrantes poloneses, mais tarde deslocados para Cruz Alta e Porto Alegre. Em 1878, a menção no Relatório Oficial do Governo de 49 polacos na Colônia Caxias. Em 1884, em Linha Azevedo Castro, Colônia Conde D’Eu, o registro final daquelas 26 famílias pioneiras, prussianas, segundo o registro oficial, polonesas, na verdade, hoje não se tem mais dúvida na história do Rio Grande do Sul, que haviam chegado em fins de 1875. Estas são algumas menções da presença polonesa em nosso Estado que se multiplica em Silveira Martins, Jaguari, Ijuí, Rio Grande, Pelotas, Mariana Pimentel, São Brás, Dom Feliciano, Santo Antônio da Patrulha, Baixa Grande, Nova Petrópolis, Conde d’Edu, Dona Isabel, Santa Bárbara, Santa Teresa, São Marcos, Antônio Prado, Veranópolis, Nova Prata, Espasiano Correa, Casca e por aí afora.

Portanto, é mais do que justificada esta homenagem, senhores da Mesa, senhores da Colônia Polonesa que hoje se fazem presentes, aqui, todos brasileiros como nós, que, sem dúvida nenhuma, pertenço eu àquele grupo que entende que a multiplicidade étnica e a multiplicidade cultural enriquecem profundamente uma nacionalidade e uma cultura. Espero que não votemos aos tempos, infelizmente ainda recentes, em que se proibiam ensinar os idiomas pátrios de outras nações em nossas escolas. Pelo contrário, entendo que, obrigatoriamente, deveria sempre haver a multiplicidade lingüística nas nossas escolas, que enriqueceria a todos nós, evitando que desconhecêssemos outras realidades que, muitas vezes, servem de estímulo e exemplo para este País.

Para finalizar, quero me permitir duas menções muito particulares: não nasci, mas morei, desde os cinco anos, na Vila do IAPI e, portanto, aprendi a admirar, desde criança, a obra de um descendente dessa imigração polonesa, que é o Eng.º Edmundo Gardolinski. E tive o prazer de ser companheiro de escola, de banco escolar, de disputar, diga-se de passagem, até as notas, no Colégio São João, dos Irmãos Lassalistas, do André Gardolinski e do próprio Edmundo Gardolinski Júnior, que está aqui, hoje, presente, conhecendo, de passagem, a Estela, que estudava no colégio do lado, Santa Teresinha, e que nós, rapazes do São João, sempre procurávamos namorar, já que havia separação entre as duas escolas. Há, portanto, uma afinidade emocional minha, nesta experiência de convívio.

O segundo dado emocional é que eu tinha uma namorada que morava exatamente na Rua Polônia. Então, cansei de passar, nos sábados, domingos, nas sextas-feiras, algumas boas horas namorando, não tão no escurinho, mas, enfim, na frente do jardim, ouvindo os bailes, ouvindo as festas, vendo o movimento da Sociedade Polônia, o grupo de danças que, aliás, se conhece há tantos e tantos anos, e por aí afora.

Portanto, alguém que, como eu, cresceu na Zona Norte da Cidade, no 4º Distrito, que viveu nessa área, evidentemente não poderia estar ausente, por uma questão pessoal, nesta homenagem. Uma homenagem ao Estado Polonês e uma homenagem à Sociedade Polônia. Em nome do meu Partido, nós não poderíamos, de maneira nenhuma, estar ausentes nesta Sessão, por todo o espírito de luta e de resistência que a Polônia nos traz, ao longo da sua história. Por isso, a nossa homenagem e a nossa expectativa de que a Polônia, realmente, cresça cada vez mais e diversifique as suas possibilidades. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Jaques Machado, que falará em nome da Bancada do PDT.

 

O SR. JAQUES MACHADO: (Menciona os componentes da Mesa.) Presente também a esta efeméride, figura de destaque do 4º Distrito, da nossa comunidade, Zenon Galecki, juntamente com sua esposa, e tantos outros líderes comunitários do 4º Distrito e da Zona Norte, aqui presentes, nesta efeméride que comemora, aqui nesta Casa, a passagem dos setenta anos do Estado Polonês e noventa anos da fundação de nossa Sociedade Polônia, a nossa querida Sociedade Águia Branca, do 4º Distrito, de relevantes serviços prestados a nossa comunidade, por líderes incontestes que ali batalharam, líderes estes que procuramos, no desenrolar de nossa vida pública, homenagear com nomes de logradouros públicos, principalmente dentro de nossa comunidade, como é o caso de Francisco Galecki, João Krolikowski e, agora, também o Sr. Tadeu Kowalczyk, três homens ilustres de nossa comunidade, e nos sentimos honrados em tê-los como denominação das nossas ruas da Vila Farrapos, dentro do 4º Distrito, o maior reduto habitacional da Zona Norte de Porto Alegre. E quero dizer que momento igual a este, sempre é digno de grande satisfação, e digo grande satisfação porque hoje, aqui, nesta comemoração, queremos prestar uma homenagem toda especial à Sociedade Polônia, como já frisou aqui o Ver. Antonio Hohlfeldt, da Comunidade Polonesa, enfim, da própria Polônia, que saiu Nicolau Copérnico, e aqui, a Sociedade Polônia seguiu, em parte, Nicolau Copérnico até tirando a comunidade do 4º Distrito daquela estaticidade medieval, e lançando-a no universo heliocêntrico turbulento e dinâmico de Copérnico. Então foram essas coisas em si que nós sempre apreendemos e gostamos da Sociedade Polônia pelos laços de afetividade que sempre tivemos. E dentro da nossa comunidade, temos muito a agradecer à comunidade polonesa, porque jamais poderíamos escrever a história dessa comunidade, se não tivéssemos a pena de nossa caneta molhada no suor e nas lágrimas e no sangue derramado pelos poloneses, dentro da nossa comunidade, para que ela se desenvolvesse.

Quero trazer neste momento, o abraço do Hospital da Criança pobre de Porto Alegre, o nosso Hospital Santo Antônio, criado pela Associação dos Amigos do 4º Distrito; nosso Banco de Olhos, também criado pela Associação dos Amigos do 4º Distrito, a responsabilidade que temos na Festa dos Navegantes, festa de 300 mil pessoas, Albergue Noturno, Sopão Comunitário, Escola de Samba, enfim, é uma comunidade em festa, porque sempre teve o apoio da comunidade polonesa, e muito devemos desse engrandecimento à Sociedade Polônia, e a todos que para ele colaboraram. Então, neste dia, em que se comemora aqui essa data festiva, não trouxemos aqui, Zenon, um boquê de flores, nem tão pouco um cartão de prata para a Sociedade Polônia, porque se fôssemos escrever o que desejamos de bom, e de agradecimento, precisaria o que, Jorge Goularte? Precisaria que o céu fosse de papel e o oceano de tinta, com as cores do arco-íris. Mil felicidades e muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A seguir, com a palavra o Ver. Lauro Hagemann. S. Exa. falará em nome do PCB.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: (Menciona os componentes da Mesa.) O Partido Comunista Brasileiro em nome da Solidariedade Internacional não poderia deixar de estar presente a esta Sessão em que se presta uma homenagem muito sincera e reconhecida a uma corrente migratória que veio engrandecer a vida brasileira, a vida rio-grandense e a vida porto-alegrense.

A Nação Polonesa é anterior ao Estado Polonês. E as tradições, a cultura, a História, as contribuições da Nação Polonesa ao concerto da comunidade internacional, são reconhecidos e aqui cultivados pela Sociedade Polônia. Esta contribuição não pode ser esquecida e nós nos rejubilamos com esta contribuição em todos os setores da vida. Setor científico, cultural, histórico, social e até religioso. Por esta razão, Senhores membros da Colônia Polonesa, nós nos associamos com muita alegria a esta Sessão proposta pelo Ver. Jorge Goularte e por sua Exma esposa que o acompanha, descendente de poloneses.

A sociedade porto-alegrense, representada nesta Casa por seus Vereadores que são a representação política da Cidade, tem prestado homenagem às mais variadas figuras, correntes, enfim, a todos aqueles segmentos que têm contribuído para o engrandecimento da vida da Cidade. E esta homenagem que se presta à Sociedade Polônia e ao Estado Polonês não poderia fugir a esta regra. Nos sentimos muito honrados com a presença dos senhores nesta Casa e auguramos ao Estado Polonês, à Sociedade Polônia os melhores votos de um futuro tranqüilo e cheio de realizações. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa dá a palavra ao autor desta Sessão Especial, Ver. Jorge Goularte, que falará em nome das Bancadas do PL, PFL e do PMDB.

 

O SR. JORGE GOULARTE: (Menciona os componentes da Mesa.) Minhas senhoras e meus senhores. Em meu próprio nome e no de minha esposa, sustentáculo da minha família, em prestando esta homenagem, queremos prestar esta homenagem singela, mas sincera, ao povo polonês do Rio Grande do Sul e à Sociedade Polônia de Porto Alegre que congrega nesta comunidade de tão grande valor junto ao povo gaúcho e brasileiro. Diria, inicialmente, que já tenho quatorze anos nesta Casa e tenho apenas um afilhado, ou seja, um cidadão ao qual dei o título de Cidadão de Porto Alegre, que é o Sr. Mário Karpinski, meu querido amigo. Isto demonstra o carinho enorme que eu tenho pelos poloneses e pela Sociedade Polônia. Aqui é preciso reverenciar Gardolinski, Jakuboswski, Kowaslski, Dombrowski, Babinski. E ao falar em Babinski, sobrenome de minha sogra que já está vivendo na Estância Grande do Céu, eu prestaria uma homenagem à mulher polonesa. Esta mulher que ficou viúva antes de nascer-lhe a última filha, teve a grandeza de criar os quatro filhos com a dignidade dos fortes. Presto esta homenagem póstuma em nome de minha esposa e de meus filhos.

Mas, Sr. Embaixador, não poderia Porto Alegre ficar sem prestar uma homenagem ao povo polonês, ao Estado Polonês, pelos seus 70 anos. Povo que chegou ao nosso Estado, pelo registro que temos, em 1875, num total de 512 brilhantes e bravos poloneses. Mais tarde, em 1890 vieram 30 mil poloneses para o País, sendo a maioria para o nosso Estado. O ponto de chegada dos imigrantes foi a Baía da Guanabara; depois algumas famílias iam para o porto de Santos e o porto de Paranaguá. Embora não se saiba ao certo, segundo os arquivos do nosso Estado, os primeiros poloneses teriam formado, em 1884, a Colônia Conde D’Eu, hoje Garibaldi, em nosso Estado. Ainda segundo a História, os primeiros adquirentes de terra – e não invasores de terra, como se quer hoje, em terras produtivas – foram os Grazewski, Zarnowski, Lewinski, Rabowski, Nizewski, Bieski e Babinski, entre outros. Graças ao esforço dos poloneses, aclimataram-se rapidamente e, dia-a-dia, foram prosperando. De Garibaldi para Bento Gonçalves, os poloneses foram instalando-se e distribuindo amizade entre os povos italianos, alemães, enfim, a todas as etnias. É um povo de profunda religiosidade e de costumes irrepreensíveis. E, neste momento, quero relembrar, querido amigo Kolikowski, que sou um homem feliz na vida por ter tido a oportunidade de duas audiências com SS. o Papa, o Cardeal Karol Wojtyla. Uma, em Porto Alegre, junto com minha esposa e com os Vereadores da Casa que, à época, demos o título de Cidadão de Porto Alegre ao Santo Padre, e outra, para felicidade minha, no Vaticano, quando, a pedido dele mesmo, tiramos uma fotografia, ele entre minha esposa e eu. Fotografia essa que guardo com muito carinho em minha casa, no momento em que ele coloca a mão no rosto de minha senhora chamando-a de “minha polaquinha brasileira”. É algo que jamais esquecerei. E neste final de mandato desta Legislatura, que é a minha terceira, sem saber se aqui retornarei, porque isso depende do povo, eu hoje faço como uma prestação de contas aos meus amigos da comunidade polonesa dos quais sempre obtive o maior carinho e a maior das compreensões pelas minhas falhas e as minhas dificuldades. É importante que eu faça essa prestação de contas, porque, nós, políticos não sabemos se aqui vamos continuar. É importante que digamos à comunidade, da qual tenho uma representante em minha casa, pois sempre digo, se não a tivesse encontrado, certamente eu seria alguém, mas seria infinitamente menos do que sou. Então, esta é a homenagem que queremos prestar: em nome do PL, em meu nome pessoal, trago o meu abraço a cada um dos poloneses e polonesas, este povo maravilhoso que trabalha tanto para sobreviver.

Não está aqui presente uma família pela qual tenho o maior carinho: o Jorge Kowalczyk e Irene Jakubowski Kowalczyk. Na sua família, que acompanho há tantos anos, podemos ver a garra e a tenacidade inquebrantável para sustentar os filhos, para criá-los com dignidade. Em nome de uma família como essa homenageio a todas as famílias. Fiz uma relação de poloneses que vou deixar nos Anais da Casa, poloneses que trouxeram grande e enorme serviço prestado ao nosso Estado e ao nosso País: Gardolisnki, Zaluski, Michalski, Galecki, enfim, todos os poloneses. Fica aqui meu carinho, minha amizade e meu agradecimento ao Sr. Embaixador por ter transferido compromissos importantes, em Brasília, para vir a Porto Alegre homenagear seu povo. Sou grato ao Sr. Embaixador, ao Sr. Cônsul em Curitiba e em Porto Alegre. Uma palavra final à Sociedade Polônia, que congrega essa gente toda, que os mantêm unidos, contando histórias, alegrando-se uns aos outros, e a este conjunto folclórico que mantém as tradições da Polônia em nosso meio.

Meus cumprimentos aos colegas Vereadores que compreenderam esta homenagem e que abriram mão de espaços políticos para ela se realizar. Meus cumprimentos a todas as Bancadas desta Casa. Meus agradecimentos sinceros ao Ver. Antonio Hohlfeldt, ao Ver. Jaques Machado, ao Ver. Lauro Hagemann, à Presidência da Casa, aos funcionários das Relações Públicas.

E um agradecimento, também, muito especial à taquígrafa desta Casa, que é polonesa, Edviga, que tanto colaborou para que nós fizéssemos esta homenagem.

Meus cumprimentos ao Estado Polonês, que consiga viver em paz, progredindo cada vez mais no seu território para seu povo, para todo o povo polonês espalhado por todas as partes do mundo, em especial ao nosso Estado, e a Porto Alegre, à Sociedade Polônia, aos seus noventa anos.

Estarei à disposição até dezembro, e se aqui não retornar, continuarei a estar à disposição de todos os senhores e senhoras em qualquer lugar que a vida me reservar. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Convido o Ver. Jorge Goularte, autor da presente proposição, a fazer a entrega do Troféu “Frade de Pedra”, que traduz o apreço da população porto-alegrense a todas as pessoas que, de alguma forma, prestam serviço à comunidade, porque historicamente significa a nossa hospitalidade, é um símbolo da nossa fraternidade.

Convido o Sr. Jorge Goularte a fazer a entrega ao Sr. Embaixador da Polônia e ao Sr. Presidente da Sociedade Polônia.

 

(O Sr. Jorge Goularte faz a entrega dos troféus.)

 

O SR. JORGE GOULARTE: É com imenso prazer que passo às suas mãos esse troféu, que é o símbolo de Porto Alegre. E que V. Exa. também tenha o prazer em recebê-lo, assim como o prazer de aqui retornar e à Sociedade Polonesa.

 

O SR. STANISLAW PAWLISZEWSKI: Gostaria de dizer, em nome do Cônsul da Polônia, que é inesquecível esta homenagem que a Câmara Municipal de Porto Alegre faz, em comemoração ao 70º aniversário da Independência da Polônia, mas também em homenagem à sociedade do Clube Polonês.

Muito obrigado a todos os porto-alegrenses.

 

O SR. PRESIDENTE: Convidamos o Grupo Folclórico da Sociedade Polônia a fazer a entrega de flores à Sra. Maria Goularte, esposa do Ver. Jorge Goularte, proponente da presente solenidade.

 

(É procedida à entrega de flores.) (Palmas.)         

 

Convido a Sra. Maria J. Goularte a proceder à entrega de flores à Sra. Helena Krolikowski, representando, neste ato, a Embaixatriz da República da Polônia.

 

(É procedida à entrega de flores.) (Palmas.)         

 

O SR. PRESIDENTE: A seguir, a Câmara Municipal tem a honra de conceder a palavra ao Presidente da Sociedade Polônia de Porto Alegre, Sr. João Rembowski.

 

O SR. JOÃO REMBOWSKI: (Menciona os componentes da Mesa.) Inicialmente queria agradecer, em nome da comunidade, em nome da Sociedade Polônia à Câmara de Vereadores, e em especial ao Ver. Jorge Goularte e aos Vereadores que se manifestaram em nome da Casa e de seus Partidos. A Sociedade Polônia e a comunidade agradecem a todos os senhores.

A Polônia repartida e dominada pelas nações vizinhas e o declínio do sentimento de pátria livre fizeram brotar nos poloneses a esperança por uma vida melhor em novas terras. Entre essas estava o nosso Brasil.

Nos idos anos 70, do século passado, aportavam no Rio Grande do Sul as primeiras famílias polonesas. A partir de então, levas e levas de poloneses, identificados pelas autoridades aduaneiras como russos, austríacos ou prussianos, adentravam o nosso Estado e experimentavam o sabor da liberdade na selva e entre os peraus. Houve aqueles que se fixaram em Porto Alegre, concentrando-se, preferencialmente, no 4º Distrito, onde nascia a comunidade polonesa.

Terreno livre, nos anos 80, do século passado, nessa comunidade debutante, criava-se a primeira Sociedade Polonesa “Zgoda” (= Concórdia). Concórdia, inteligente nome, pois havia necessidade de reunir os poloneses egressos dos jugos russo, austríaco e prussiano.

Enquanto a Polônia além-mar permanecia repartida, aqui, em Porto Alegre, bem como, no interior do Rio Grande do Sul, existiam condições de confraternização social. De tal forma que, em 1904, fundiam-se as Sociedades “Zgoda” com a “Águia Branca”, ficando o nome desta última, mais tarde, a atual Sociedade Polônia.

No período de 1900 a 1920 coexistiam nada menos de seis sociedades polonesas em Porto Alegre, ou seja, a “Tadeusz Kosciusko”, Esportiva “Sokóy”, “Naprzód” (= Avante), “Maria Konopnicke”, Liga Polska e a nossa, então, “Águia Branca”.

Na década dos anos 20, fundem-se as coirmãs “Sokóy” e “Águia Branca”, permanecendo o nome de “Águia Branca”.

Enfim, no ano de 1930, registra-se o nome de Sociedade “Polônia”, resultado da fusão das Sociedades “Tadeusz Kosciuzko” e “Águia Branca”.

Coexistiam ainda as associações “Wolna Mýsl (= Pensamento Livre), mais tarde, “Cultura”, a dos “Ex-Combatentes”, “Kasa Pogrzebowa” (= Caixa de Auxílio a Funerais), “Maria Konopnicka”, “Stanisyaw Moniuszko”, “Towarzystwo Katolickie” (= Sociedade Católica) e “Junak”. A protetora Águia da Sociedade “Polônia” desempenhava já, naquela época, a sua função, pois essas associações tinham lugar no próprio prédio da Sociedade “Polônia”.

O surgimento do Estado Novo, em 1938, trazia drásticas mudanças nas organizações de cunho estrangeiro. Fechavam-se as escolas polonesas e a atuação cultural sofria irreparáveis perdas.

Eclodia a 2ª Guerra Mundial, a Sociedade “Polônia” desfazia-se de um imóvel, cujo dinheiro remetia à Cruz Vermelha na Suíça.

Na década de 50, inaugurava-se a sede campestre de Belém Novo.

Em 1961, com a introdução de novos estatutos, a Sociedade “Polônia” é enriquecida de sócios brasileiros natos, dando clima diferente à mesma.

Integra-se à Sociedade “Polônia” a última remanescente sociedade coirmã, a Sociedade “Cultura”, no ano de 1969, em cujo terreno, hoje, ergue-se o nosso Ginásio de Esportes.

Senhoras e Senhores, a partir dessa época, somos a única sociedade de caráter polono-brasileiro na Capital do Rio Grande do Sul. É nosso dever mantê-la viva. É nosso dever, manter vivo o sentimento de pátria livre dos nossos ancestrais, trabalhando com inteligência e amor por esse nosso Brasil.

Cabe-nos, oh Sociedade “Polônia”, continuar enriquecendo com a nossa cultura a cultura brasileira. Polono-brasileiros que somos, o Rio Grande do Sul recebeu e recebe, também, a nossa influência, pela qual somos responsáveis.

Nos noventa anos de existência, cumprimos um papel e herdamos um passado repleto de honrarias, que podem causar orgulho a qualquer jovem polonês. Crescemos em patrimônio e em cultura, e, hoje, já se sente o nascer dos novos tempos.

Somos os herdeiros do suor de gerações antepassadas. Cabe-nos sermos herdeiros dignos e gratos. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Concedemos a palavra ao Exmo Sr. Stanislaw Pawliszewski, Embaixador da República Popular da Polônia.

 

O SR. STANISLAW PAWLISZEWSKI: (Menciona os componentes da Mesa.) Ilmos. Srs., Imas. Sras., caros amigos. É com grande satisfação e alegria que estamos assistindo a Sessão Especial em homenagem aos 70 anos da Recuperação da Independência da Polônia e os 90 anos de fundação da Sociedade Polônia.

Em nome do Cônsul-Geral da República Popular da Polônia em Curitiba, o Senhor Mieczyslaw Klimas, do Cônsul Comercial em Porto Alegre Senhor Michal Lowinski, e em meu próprio nome gostaria de agradecer cordialmente ao Senhor Presidente e a Câmara Municipal de Porto Alegre pelo convite para assistir estas importantes comemorações. Consideramos uma grande honra.

O aniversário dos 70 anos de recuperação da independência pela Polônia no ano de 1918 memoriza as experiências e ações mais importantes dos poloneses na segunda década do século XX no caminho da pátria independente e justa. No ano de 1918 a Polônia recuperou a existência independente após 123 anos de ocupação e partição. A recuperação da independência foi o resultado da luta inflexível da nação polonesa e ao mesmo tempo das condições externas favoráveis. A recuperação da independência foi uma grande vitória histórica da nação polonesa, concretizou as aspirações de muitas gerações de poloneses sobre o Estado próprio, independente, livre e unificado.

Comemorando esse aniversário prestamos homenagem ao patriotismo de todos aqueles que independentemente da filiação, orientação e concepção política do mundo contribuíram para a conservação do caráter polonês e deram uma contribuição real de luta para a independência da pátria.

As comemorações hoje, aqui, coincidem com as comemorações deste aniversário na Polônia. Em Varsóvia houve uma cerimônia solene no Teatro Nacional com a participação das autoridades supremas da Polônia. Em várias cidades também há muitos certames e encontros solenes.

Não é pura coincidência que o aniversário dos 70 anos da recuperação da Independência da Polônia é celebrado ao mesmo tempo que o 90º aniversário da Sociedade Polônia. A história da emigração polonesa é uma parte inseparável da história da Polônia e do povo polonês.

A “Sociedade Polônia” em Porto Alegre é uma organização muito merecida no campo da manutenção e preservação da cultura polonesa, das tradições e idioma polonês. É uma Sociedade que traz grande contribuição para o enriquecimento da cultura brasileira, para o fortalecimento dos laços entre o povo brasileiro e o povo polonês, entre o Brasil e a Polônia. Hoje todos orgulham-se das atividades patrióticas e da dedicação de todos os sócios desta importante organização, da sua diretoria atual e diretorias anteriores.

A Sessão Especial é o reconhecimento das contribuições da Sociedade Polônia e todos os brasileiros de origem polonesa ao desenvolvimento e progresso do Estado do Rio Grande do Sul e do País.

A emigração polonesa para o Brasil começou na metade do século XIX depois do levante de novembro em 1830, e depois do levante de janeiro de 1863. naquela época a Polônia não existia no mapa da Europa, foi dividida e ocupada pela Rússia, Prússia e Áustria-Hungria. Desde 1795 até o fim da 1ª Guerra Mundial o povo polonês esteve privado de sua pátria e independência.

A emigração em busca da liberdade e da terra no século XIX e o início do século XX resultou em fato de que cerca de 13 milhões de poloneses e cidadãos dos outros países de origem polonesa morarem em muitos países do mundo. No século XIX, emigração polonesa ao Brasil enfrentando vários obstáculos entregava-se ao árduo trabalho pela própria sobrevivência. Longe da terra natal os poloneses foram contribuindo com esforço ao desenvolvimento da lavoura, a indústria, enriquecendo a cultura, para o engrandecimento da nova pátria. O emigrante polonês trouxe da sua terra o maior tesouro que possuía: a riqueza da cultura milenária polonesa, as tradições nacionais, o patriotismo, o amor a sua língua e ao trabalho. Eles enriqueceram o patrimônio da cultura brasileira.

Nós estamos muito felizes em poder assistir a esta Sessão Especial e desejamos todos os êxitos, felicidade e prosperidade ao Sr. Presidente da Câmara, Ver. Brochado da Rocha, ao Ver. Jorge Goularte, por sua iniciativa de homenagear aos 70 anos da Recuperação da Independência da Polônia e os 90 anos da Sociedade Polônia, de Porto Alegre, à Câmara Municipal, como um todo, ao Presidente da Sociedade Polônia Sr. João Rembowski, a toda diretoria da Sociedade e a todos os membros desta honrosa organização.

Desejo que ela corresponda aos interesses do povo da Capital de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul tão bem como até agora. Espero, que também ela contribua para fortalecer os laços de amizade tradicional entre ambos os povos e países.

A Polônia atribui grande importância ao desenvolvimento das relações com o Brasil, em várias áreas. O Brasil é o mais importante parceiro econômico da Polônia na América Latina. Estou convencido de que os laços de amizade tradicionais se desenvolverão também no futuro para o benefício dos povos poloneses e brasileiros e para ambos os países.

Confrontamos problemas semelhantes do desenvolvimento.

Tudo nos une e nada nos divide.

Gostaria de aproveitar esta oportunidade para desejar êxitos, prosperidade e felicidade ao povo do Estado, ao Governo e às autoridades da Capital de Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. MAGDA PARKER: O Sr. Embaixador da República Popular da Polônia quer entregar uma lembrança ao Ver. Jorge Goularte, autor da proposição.

 

O SR. STANISLAW PAWLISZEWSKI: Agradecemos à iniciativa de V. Exa. e gostaríamos de deixar uma pequena e modesta lembrança da cidade de Varsóvia, parte da cidade velha, que é uma parte histórica não só de Varsóvia, mas também da história da Polônia e do povo polonês.

 

(É feita a entrega de um livro ao Ver. Jorge Goularte.)

 

O SR. JORGE GOULARTE: Agradeço em meu nome e no nome de minha esposa.

 

O SR. PRESIDENTE: Ao chegarmos ao término desta Sessão Especial, quero reiterar a visão desta Casa, em aprovando o Requerimento do Ver. Jorge Goularte que desejou testemunhar e reiterar o apreço dos representantes da cidade de Porto Alegre pela história da Polônia, por sua imensa contribuição, por sua imensa história e por todos seus valores que legaram ao mundo. Isto em geral. Em particular, não poderiam os representantes da cidade de Porto Alegre deixar também de levar seu agradecimento e respeito e se integrar solenemente à comemoração dos 90 anos da Sociedade Polônia que representa, sem dúvida, um papel importante dentro da geografia e da cultura de nossa terra, Porto Alegre. Por todos estes motivos a Câmara Municipal se sente profundamente honrada, agradece, por isso, a presença das autoridades polonesas, assim como agradece a presença da Sociedade Polonesa, de outra forma, a todos os senhores, a todas as senhoras representantes deste segmento social tão inserido dentro da nossa Cidade. Muito obrigado.

Estão encerrados os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão às 11h43min.)

 

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